A raiva canina se trata de uma zoonose grave e fatal, pois infelizmente não existe cura para a doença, apenas a vacina. A raiva pode ser transmitida para animais e também para os humanos, por meio da mordida ou arranhadura do animal infectado, por isso os cuidados devem ser dobrados.
O vírus da raiva canina entra em contato primeiro no local onde a mordida aconteceu, que no caso dos animais, geralmente são nas patas ou no pescoço. A partir daí o vírus começa a se replicar por todo o corpo do cachorro até atingir o cérebro, onde fica o sistema nervoso central. Após essa fase, o vírus atinge as glândulas salivares e, em seguida, a doença pode começar a ser transmitida para outros animais ou pessoas por meio da saliva do cão infectado.
Por mais que a raiva possa parecer uma doença controlada e praticamente erradicada no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50 mil pessoas morrem anualmente por esse motivo em todo mundo. E não para por aí, cerca de 40% das vítimas são crianças com menos de 15 anos.
No Brasil, infelizmente, ocorreram cerca de 13 mortes causadas pela raiva em 2019, principalmente no estado do Pará. Por isso, é importante lembrar que é uma doença letal em quase 100% dos casos, por ainda não ter cura. A única forma de prevenção é a vacina antirrábica em humanos e animais.
Como o vírus é disseminado?
Geralmente, as pessoas tendem a achar que o vírus é disseminado apenas pelos cães. No entanto, o vírus da raiva também atinge diversos animais silvestres, como os morcegos e guaxinins, que acabam sendo os principais responsáveis em passar a raiva para os cães. Logo, cachorros que vivem em ambientes rurais ou em locais onde existem animais silvestres têm mais chances de serem infectados. Por outro lado, é importante salientar que animais como peixes e aves não transmitem a raiva canina.
Quais são os sintomas causados pela raiva canina?
Irritabilidade, agressividade e até mesmo desorientação são os principais sintomas, que começam após o vírus se espalhar pelo corpo do animal infectado. Ao longo do tempo, todos esses comportamentos costumam intensificar, sendo possível até que o animal infectado tenha convulsões, pois o vírus atinge todo o sistema neurológico.
Além disso, a baba é um dos sintomas mais característicos causados pelo vírus da raiva, uma vez que ele atinge os nervos responsáveis pelo movimento de engolir do cachorro. Infelizmente, após ser contaminado pela doença, o pet não consegue mais controlar a saliva e acaba babando mais do que o normal.
Estágios da raiva canina
Incubação:
Esse é o primeiro estágio da raiva canina e se inicia logo após o contato com o vírus, ou seja, pela mordida ou arranhão. Nessa fase, o vírus circula pelo organismo até atingir os nervos periféricos. Em seguida, os sintomas podem levar até três meses para começarem a se manifestar de fato.
Pródromos:
Após alguns meses que ocorre a fase da incubação, o animal começa a sentir alguns sintomas físicos, que geralmente são a irritação e a baba excessiva, como dito anteriormente. Já os humanos infectados podem vir a ter vômitos, dores de garganta, febre moderada, mal-estar e fortes dores de cabeça. Nessa fase, a encefalite (inflamação do cérebro) começa a aparecer.
Encefalite:
Essa fase acontece em humanos e animais infectados e pode ser uma das mais graves e sérias. A encefalite ocorre quando o sistema nervoso central apresenta um quadro inflamatório grave e os humanos infectados pelo vírus, começam a sentir fortes dores na cabeça durante esse período. Além disso, a falha ocasional na coordenação motora pode vir a ocorrer junto com outras complicações.
Coma e óbito:
Infelizmente a raiva é uma doença que não tem cura para os animais, logo, o animal quando passa da fase da encefalite pode vir à óbito. Geralmente, antes disso o animal é submetido a eutanásia nas clínicas veterinárias para evitar que ele sofra ainda mais.
Como saber se o meu cachorro está com o vírus da raiva?
Infelizmente, o diagnostico da doença só é possível após a morte do animal. Isso ocorre porque são necessárias amostras do cérebro do pet para realizar os exames laboratoriais que vão conseguir mostrar a presença do vírus. No entanto, os sinais que o animal apresenta junto com alguns outros exames clínicos, na maioria das vezes são suficientes para comprovar se ele está doente ou não.
Além disso, o cachorro infectado pode apresentar dois tipos de raiva canina: a furiosa e a paralítica, também conhecida como “raiva muda”. Geralmente, os cães costumam apresentar a forma furiosa com mais frequência, o que pode facilitar ainda mais o diagnóstico da raiva.
Na forma furiosa, o cachorro fica raivoso de uma maneira bastante extrema. Logo, ele acaba se mostrando agressivo até mesmo com os tutores e late com mais frequência. Já na raiva muda, que ocorre com pouca frequência nos cães, o animal não demonstra muitos sinais. Quando a doença se manifesta de forma muda, apenas os maxilares sofrem alterações, podendo ficar paralisados.
Como prevenir a raiva canina?
A prevenção é a única e melhor forma de lidar com a raiva, pois a doença não tem cura. Por isso, como dito anteriormente, a melhor maneira de prevenir a raiva nos cães e até mesmo nos humanos é por meio da vacinação. Os cães, logo após quatro meses do nascimento, já podem ser imunizados contra a raiva canina. Os tutores também devem se proteger por meio da vacina antirrábica, que pode ser tomada em qualquer idade.