O que é a parvovirose canina?
A parvovirose canina é uma doença viral e a gravidade da doença pode levar o animal a óbito em poucos dias, sendo inclusive passível de contaminação para outros cães por via direta – contato do cão sadio com outro contaminado e por via indireta – ambiente e utensílios compartilhados.
Os animais jovens têm maior suscetibilidade para desenvolver a patogenia. Até a década de 1970 a parvovirose canina era totalmente desconhecida e só foi percebida após a morte constante de filhotes com idades entre a 3º e 16º semana após o nascimento.
Algumas raças em particular como os cães Pinscher, Doberman e Rottweiler tem maior predisposição as infecções causadas pelo parvovírus canino.
Índice – você encontrará as seguintes informações nesse artigo:
- O que é parvovirose canina?
- Transmissão da parvovirose
- Sintomas
- Tratamento da parvovirose em cães
- Como prevenir?
- A parvovirose em humanos
Transmissão da parvovirose
O parvovírus canino é infectocontagioso, toda idade está suscetível, porém os filhotes tem maior predisposição. Todo cão contaminado deve ser separado dos demais, caso viva em conjunto com outros cães. Assim como, deve-se evitar a inserção de cães saudáveis em ambiente onde houve contaminação, por pelo menos 5 meses. A transmissão ocorre por via respiratória, secreção oculonasal e principalmente fecal. A interação entre os animais é o suficiente para que aconteça a propagação do vírus.
Camas, comedouros, brinquedos e até mesmo a roupa de quem manipula os animais com parvovirose ficam contaminados. No momento em que o animal apresenta os sintomas, deixa resíduos de saliva e por todo o local, ao beber água, tentar comer e deitar. As fezes são altamente contaminadas, considerando que o vírus tem predileção pelo intestino.
É de suma importância que tudo o que for de uso do animal possivelmente contaminado seja descartado ou limpo com água sanitária. Como alternativa secundária, pode-se esquentar esses materiais contamidos a altas temperaturas (inclusive luz solar) para certificar a eliminação do vírus.
Sintomas da parvovirose canina
Entre 5 e 12 dias posteriores a infecção, percebe-se apatia, depressão e febre. O animal perde interesse em manter as atividades rotineiras como brincar e comer. A anorexia é identificada rapidamente e o animal perde peso em poucos dias.
Ocorre diarreia constante com presença de gotas de sangue e fedor muito forte, em virtude do parvovírus canino atuar sobre as células do intestino que são estáveis e com isto desenvolve enterite – inflamação na mucosa intestinal.
Inicialmente percebe-se a defecação pastosa que evolui para fezes escuras (hemorragias intestinais são refletidas na coloração das fezes) podendo ser em grandes quantidades ou não. O odor forte é bem característico da parvovirose. Vômitos com aspecto amarelado e intensos estão presentes, o surgimento é imediato e sem motivo aparente.
Bactérias oportunistas podem agravar o quadro do animal e levar a septicemia e consequente morte. Porém, o principal motivo desencadeador de óbito é a desidratação causada pelos vômitos e diarreia.
Para diagnosticar a doença é indicado o atendimento clínico médico com o objetivo de realizar hemogramas ou testes específicos para a parvovirose canina. Apesar dos sintomas serem específicos, outras doenças podem causar os mesmos sintomas da parvovirose, causando confusão sobre o tratamento.
Tratamento da parvovirose em cães
O parvovírus pode permanecer por até cinco meses no ambiente em que foi submetido algum cão contaminado. Sua inativação só ocorre quando submetida a altas temperaturas – 56 °C por no mínimo 1 hora. É indicada a limpeza com água sanitária do local onde o animal infectado foi isolado.
Para tratamento clínico, foca-se em combater a inflamação e infecção intestinal, com uso de antibiótico em tempo determinado por médicos veterinários.
A diarreia e vômitos causam desidratação e para recuperar o animal é feita fluidoterapia venosa para os casos mais graves e via subcutânea para os leves. É importante ter total atenção quanto à dosagem de soro para evitar o surgimento de líquido nos pulmões. O conhecimento do histórico do animal determina o tipo de solução a ser utilizada como meio de reposição eletrolítica. Doenças como diabetes e baixos níveis de proteína sanguínea requerem soluções e mililitros específicos.
Os vômitos precisam ser controlados, a administração de antiemético é realizada até que sejam cessados por completo, suspendendo seu uso logo em seguida. A inserção da alimentação é gradual, evoluindo aos poucos a consistência do alimento de líquido para sólido.
O monitoramento e repouso do animal são cruciais, observando ganho de peso, ingestão de água, alterações das fezes e urina.
Métodos de prevenção
A vacinação é sempre a via mais eficaz para prevenir a parvovirose canina. A cadela imunizada transfere anticorpos aos fetos via transplacentária. Após 45 dias do nascimento os filhotes precisam receber a primeira dose da vacina polivalente, além da parvovirose, garante imunização contra outras doenças virais.
O cronograma vacinal ocorre em três etapas, com intervalo de 21 dias. Antecedendo a este período, não há imunização contra o vírus, é preciso concluir todas as doses correspondentes. A repetição é anual, cães adultos ficam imunes por até três anos.
As vacinas polivalentes ou antivirais podem ser encontradas como nacional ou importada. Ambas são desenvolvidas com cepas virais a fim de desenvolver produção de anticorpos horas após a aplicação por via subcutânea.
É importante evitar o contato do cão contaminado com outros cachorros até que sejam concluídas as vacinas. Os animais não vacinados, devem ser mantidos longe de ambientes públicos para evitar a contaminação de outros cães.
O ambiente de convivência deve ser limpo e arejado, para garantir a remoção do acúmulo de micro-organismos prejudiciais ao cão.
Garantir alimentação saudável, de qualidade e com os nutrientes necessários para constituir a imunidade do cachorro é de suma importância para garantir a proteção e bem estar animal.
Parvovirose em humanos
A virulência do parvovírus não é zoonoses, ou seja, não é transmissível aos seres humanos, apenas entre cães que tem o seu trato intestinal comprometido devido à destruição celular causada pelo vírus, levando aos sintomas bem peculiares.