Displasia de Quadril em Cães

Displasia de quadril em cães

O que é displasia de quadril?

A displasia de quadril é uma doença ortopédica bastante incômoda que acomete os animais, em especial os cães. Devido à distensão articular que causa artrite e artrose secundariamente, é apontada como osteoartropatia degenerativa.

Os animais que têm a doença sentem muita dor ao caminhar, correr ou pular. Este distúrbio evolui gradativamente e demanda cuidados diretos para amenizar os sintomas e os danos causados pela doença.

Toda displasia indica anormalidade de crescimento numa determinada região. Os animais estão sujeitos ao desenvolvimento de irregularidades na área do quadril, também chamado osso coxal, que se articula com o fêmur.

A comunicação entre estas duas estruturas ósseas ocorre através das particularidades da fossa do acetábulo do osso do quadril (osso coxal) e a cabeça do fêmur, firmados por um conjunto de músculos. O encaixe deve estar centralizado e apresentar alta mobilidade e ser indolor, para que possa ser realizada extensão, flexão, adução (centralizar a perna), abdução (afastar a perna), rotação e circundação.

Existem duas classificações para a displasia que acontece no quadril: a acetabular (o acetábulo é o local de encaixe da cabeça do fêmur) que ocorre declívio de sua borda e desgaste da cartilagem (osteoartrite) e displasia femoral, em que o fêmur fica inclinado a um ângulo bem maior que o normal.

Principais raças mais propensas a desenvolverem essa complicação

Os cães de maior porte são os mais propensos, no entanto, os de tamanhos menores não estão isentos de ter a doença, seja adquirida ou por herança genética. Pastor Alemão, São Bernardo, Buldogue, Golden Retriever, Rotweiller, Old English Sheepdog, Labrador e Fila Brasileiro, são algumas das raças.

Displasia de quadril em cães
A displasia de quadril em cachorros (Fonte: Wikihow)

A justificativa para os cães de grande porte serem mais suscetíveis está ligado ao rápido crescimento. Ganho de peso e alimentação com alto nível de proteína colabora para o surgimento da displasia de quadril.

A relação peso versus piso exerce predominância na manifestação dos sinais clínicos no cão displásico. O animal tenta manter a postura, mas o piso escorregadio não contribui positivamente. Isto vai gerando desgaste na cápsula articular do quadril com a cabeça do fêmur.

Enquanto filhotes, não há total conformação destas estruturas. Os exercícios de corrida, salto e brincadeiras que exigem posição bipedal (sobre os membros pélvicos) devem ser evitados na infância e fase adulta do animal.

Como saber se o meu cão tem displasia de quadril?

O cão jovem demonstra fraqueza nos membros sendo possível vê-lo mancar e com andar rebolante por motivo da instabilidade na articulação coxofemoral. O animal apresenta indisponibilidade para caminhar ou fazer qualquer exercício, dá apenas algumas passadas e imediatamente senta ou deita. A atividade rotineira é reduzida e são iniciados os sintomas de dor.

Seguindo de queda da parte posterior, correspondente ao quadril e pernas, validando a existência da displasia que pode ser unilateral ou bilateral. Para perceber os sinais é necessário conhecer o bem o animal, estando atento a possíveis mudanças de hábito, considerando que alguns animais não exprimem expressões dolorosas.

Causados pelo desgaste cartilagíneo que facilita a luxação da cabeça do fêmur por fricção. Ter exposição de nervos pericapsular (em torno da cápsula) é outra característica responsável pela dor sentida pelo cão que fica incapaz de produzir os movimentos fisiológicos possíveis.

Alguns destes sinais clínicos são apresentados de acordo com a idade. Cães jovens com até 1 ano de idade tem declínio nas brincadeiras, dor e começam a mancar (claudicar). Com a redução do uso dos membros posteriores, pode apresentar atrofia muscular.

Os cães mais velhos, além da claudicação, têm crepitação articular do osso do quadril e fêmur, enfraquecimento muscular e restrição dos movimentos.

Causas da displasia de quadril

A hereditariedade continua sendo o principal fator desencadeador para a displasia de quadril. A colaboração desta realidade está na miscigenação das raças sem considerar as individualidades de cada espécie. A fusão da genética de cães com aptidão resulta em animais com tendência a ter displasia de quadril.

O excesso de peso compromete cães de qualquer porte. Cães de raças menores como Poodle e Pinscher são candidatos a adquirir a patologia. Suas patas são curtas e com menor densidade muscular que promovam melhor resistência física.

Não sobrecarregar o animal com alimentação muito calórica ou quantidade superior as suas necessidades nutricionais é a alternativa quando a causa é dietética. É bem comum que os tutores tentem compensar os animais com alimentos, considerando ser algo saudável. Os animais têm necessidade alimentar básica, devendo ser servida as gramas correspondentes à idade, peso e raça.

Todo cão submetido a estresse por exercícios físicos (caminhada, corrida, saltos) está predisposto. Os movimentos realizados nestes movimentos causam desgaste capsular e consequente atrito ósseo. Porém, os de maior porte são os mais prejudicados em virtude da própria genética.

Outra causa relevante é o piso. Os filhotes e adultos que permanecem em ambientes com piso liso, têm dificuldades para manter o equilíbrio e com isto sofrem lesões no acetábulo e fêmur provocando a desestabilização articular.

Diagnóstico da displasia de quadril

As avaliações são essenciais para a indicação do controle da dor com uso de fármacos e posterior alternativa para o tratamento. Saber exatamente quando iniciaram os primeiro sintomas, postura e tempo utilizado pelo animal ao caminhar contribuem com o sucesso do tratamento.

Alguns cães têm melhora espontânea ao ser retirado os fatores ambientais que corroboram com a apresentação da displasia. Quando não há intervenção médica e decorrer do tempo há a formação de calo ósseo na região lesada.

O exame radiográfico indica exatamente o local lesionado, se é unilateral ou bilateral e a possível existência de luxação ou óssea. Para a realização do exame de imagem, são empregadas algumas técnicas dolorosas, portanto, requer sedação e acompanhamento profissional. Feito o exame e calculado o ângulo da desarticulação é feito o diagnóstico. Este exame é limitado para quando são iniciados os primeiros sinais clínicos.

O Sinal de Barlow são duas opções para avaliar o quadro. Com o animal deitado lateralmente, tem o fêmur pressionado em sentido ao osso do quadril, exatamente no local da articulação, podendo ser palpável e audível a crepitação existente.

Tratamento

O repouso absoluto é a primeira recomendação médica, para que as dores sejam controladas. Em casos de obesidade, torna-se precisa uma dieta calórica para redução do peso. O ambiente deve ser organizado para melhorar o impacto com o solo e reduzir o esforço do animal para se equilibrar em pisos escorregadios.

Para controle da dor: antiinflamatórios e medicamentos reconstituintes da cartilagem, para condições de displasia leve ou severa. Esta última em geral requer um tratamento mais invasivo.

A colocefalectomia é procedimento cirúrgico ortopédico e corresponde à excisão da cabeça e do colo do fêmur, realinhar a comunicação entre o fêmur e as fossa do acetábulo. Sua finalidade é permitir a formação de uma articulação falsa. Na medida em que é formado calo fibroso, atenua a dor por impacto ósseo.

Para o pós-operatório, descanso e limitação de espaço. A aplicação de bandagem na região com incisão e pontos cirúrgico objetiva proporcionar proteção e estabilidade ao membro. Decorrido entre 10 e 15 dias são retirados, para iniciar o tratamento fisioterápico.

Quando há sucesso em cada etapa dos tratamentos aplicados, há excelente chances de recuperação. O animal retoma suas atividades e adquire uma melhor qualidade de vida.

Como prevenir a displasia de quadril em cães?

Atentar-se para as mudanças de rotina e hábitos permite rápida intervenção e melhor cura da doença. Conhecer a raça do animal é importantíssimo e assim, intervir com alternativas básicas como alimentação regular, exercícios de leve a moderados.

Como o ambiente tem influência, dispor de piso antiderrapante e respeitar as limitações da espécie é um método de prevenção. Sair para pedalar ou longas caminhadas e levar o cão junto é totalmente inadequado para a saúde do mesmo.

Estes cuidados paliativos fazem total diferença na prevenção ou agravamento do quadro de displasia de quadril.

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