A catarata em cães é uma doença bastante semelhante à catarata humana. Por isso, ela pode afetar a visão do animal de maneira gradativa até deixá-lo completamente cego. A doença nem sempre é fácil de detectar e muitos tutores só a percebem quando ela está e um estágio bastante avançados. Por isso, é de extrema importância os exames de rotina do animal. Afinal, quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.
Além disso, o quadro nem sempre pode ser curado de maneira completa, logo, todo cuidado é necessário com o cãozinho que possui a catarata. E se você deseja saber mais sobre essa doença para poder preveni-la ou tratar melhor do seu amigo de quarto patas, esse artigo é para você. Acompanhe até o final para ficar por dentro do assunto!
O que é a catarata em cães?
A catarata em cães é uma doença definida como a perda da transparência normal do cristalino, ou seja, uma região específica dos olhos do animal. Quando em estágio avançado, a catarata se torna fácil de reconhecer porque é possível ver uma área opaca e esbranquiçada no olho do cão. A maioria das cataratas tem origem genética. Logo, algumas raças apresentam mais facilidade em desenvolver o quadro.
O Cocker Spaniel, Boston Terrier, Fox Terrier, West Highland White Terrier, Schnauzer Miniatura, Poodle, Husky Siberiano, Golden Retriever, Bobtail ou Labrador Retriever se destacam na pré-disposição em desenvolver a doença.
A catarata canina pode evoluir em dias ou meses. E a medida em que o quadro vai avançando, ele vai se tornando mais grave, causando a cegueira parcial ou completa no peludo. O quadro pode ser congênito ou adquirido de alguma forma. Além disso, pode ser causada também por inflamação, glaucoma, deslocamento do cristalino, dor, etc.
Tipos de catarata canina
Com base nas características da doença, podemos diferenciar a catarata em cães em quatro tipos diferentes. Nem todos os tipos podem ser tratados com cirurgia, mas podemos retardar sua evolução com um tratamento adequado junto ao médico veterinário. Confira as variações da doença nos cães:
Catarata congênita juvenil
Catarata congênita juvenil são aquelas que ocorrem em cães com menos de seis anos, pets que são jovens. Nessa caso, a doença pode afetar os dois olhos do animal, mas isso não significa que surge ao mesmo tempo. Eles podem se desenvolver em momentos diferentes. Por isso, muitas vezes, os cães ficam cegos apenas de um olho neste caso.
Catarata adquirida
Este quadro vai ocorrer em cães mais velhos como resultado do envelhecimento. Eles também estão relacionados a outras doenças, como uveíte ou diabetes. Cães diabéticos são muito propensos a desenvolver catarata e em um período de tempo muito curto. Por isso, se seu animal apresenta alguma dessas comorbidades, fique atento!
O progresso pode ser extremamente rápido, evoluindo em dias ou semanas e geralmente são bilaterais e simétricos. A catarata em cães diabéticos é uma emergência veterinária e que precisa ser tratada o quanto antes.
Catarata senil
Catarata senil é o nome dado às cataratas que afetam cães mais velhos. É uma das principais causas de cegueira neles. Eles podem aparecer em ambos os olhos, embora se desenvolvam em taxas diferentes. São cataratas que são vistas, primeiro, no centro do olho e crescem para fora até que todo o cristalino se torne opaco. Isso é conhecido como catarata madura.
Catarata X esclerose nuclear
O que é conhecido como esclerose nuclear é uma degeneração do cristalino dos olhos devido ao envelhecimento. Não tem nada a ver com catarata, embora sua aparência externa nos lembre disso. Na esclerose, o que acontece é que novas fibras se formam nas áreas periféricas do cristalino.
Como consequência, ocorre a pressão em direção ao centro do globo ocular e é esse processo que gera uma nuvem azulada, comum em cães idosos. Ao contrário da catarata, a esclerose nuclear não causa cegueira ou distúrbios visuais. É importante saber diferenciar.
Tratamento para catarata canina
O tratamento da catarata em cães envolve uma cirurgia rápida e bastante segura. O veterinário especializado em oftalmologia é quem avalia cada caso. Uma operação nesse caso, só é realizada se ambos os olhos forem afetados e o cão enxergar tão mal, que seja difícil para ele levar uma vida normal.
O que o oftalmologista faz é remover a lente natural dos olhos. A técnica é chamada de facoemulsificação (FACO), mas existem outras, como a facofragmentação ou extração extracapsular (ECLE), mais recomendada para cataratas maduras. Sem uma lente, o cão vê embaçado, mas, pelo menos, mantém a sua visão. Também existe a possibilidade de substituir a lente por uma artificial.
Após a operação, o veterinário irá agendar as revisões necessárias dependendo da evolução. Antibióticos e anti-inflamatórios tópicos e orais devem ser administrados para reduzir o desconforto e prevenir infecções. É essencial que o cão use um colar elizabetano. Também devemos evitar que ele faça movimentos bruscos, como brincar com brinquedos ou outros cães, pois os seus olhos estarão extremamente sensíveis e mais suscetíveis a infecções e outros problemas.
Vale ressaltar que a catarata senil não pode ser tratada por meio de cirurgia se o cão for muito velho, tiver patologias e a anestesia for de alto risco. Por outro lado, a catarata juvenil pode desaparecer espontaneamente, geralmente em um ano. Nestes casos, a catarata é reabsorvida e o cão mantém a visão como se tivesse sido operado. Se a cirurgia não for possível, é necessário medicar o cãozinho para o resto da vida e seguir um rigoroso acompanhamento veterinário.
Além disso, é importante salientar que não existe tratamento caseiro para a catarata em cães. A região dos olhos é uma área extremamente sensível, qualquer intervenção feita por um não profissional pode resultar na cegueira irreversível do animal. Logo, jamais tente algo em casa!
Existe prevenção para a catarata canina?
A catarata hereditária em cães pode ser evitada não realizando o cruzamento e reprodução de raças com essa patologia. Para a identificação se o animal possui a herança hereditária da catarata, é aconselhável que um oftalmologista veterinário realize exames pertinentes. Os outros tipos de catarata podem ser prevenidos por meio de exames de rotina junto ao profissional.